Metropolis é um filme alemão de ficção científica produzido em 1927, realizado pelo cineasta austríaco Fritz Lang. Foi, à época, a mais cara produção até então filmada na Europa, e é considerado por especialistas um dos grandes expoentes do expressionismo alemão. O roteiro, baseado em romance de Thea von Harbou, foi escrito por ela, em parceria com Lang. Em 2008 foram reencontrados, na Argentina, 30 minutos de metragem deste clássico. Tal parte será restaurada e acrescentada à versão conhecida. Na Berlinale 2010, o filme terá, 83 anos depois, a sua segunda estreia mundial.
Enredo
O enredo é ambientado no
século XXI,
numa grande cidade governada autocraticamente por um poderoso
empresário. Os seus colaboradores constituem a classe privilegiada,
vivendo num jardim idílico, como Freder, único herdeiro do dirigente de
Metropolis.

Os trabalhadores, ao contrário, são escravizados pelas máquinas, e
condenados a viver e trabalhar em galerias no subsolo. Num meio de
miséria entre os operários, uma jovem, Maria, destaca-se, exortando os
trabalhadores a se organizarem para reivindicar seus direitos através de
um escolhido que virá para os representar.
Através de cenas de forte expressão visual, com o recurso a efeitos
especiais, algumas se tornaram clássicas, como a panorâmica da cidade
com os seus veículos voadores e passagens suspensas. Alusões bíblicas,
mistério, ação e romance, completam o leque que envolve o público e o
mantém em suspense até ao final.


À época, Metropolis impressionou tanto
Hitler que, quando ele chegou ao poder, solicitou ao ministro
Goebbels que abordasse Lang, convidando-o a fazer filmes para o
partido nazista. Enquanto
Thea Von Harbou, sua esposa à época, mergulhou no projeto, Lang evadiu-se para
Paris, onde chegou a produzir filmes de conteúdo antinazista, viajando posteriormente para os Estados Unidos, onde faleceu.
A obra demonstra uma preocupação crítica com a mecanização da vida
industrial nos grandes centros urbanos, questionando a importância do
sentimento humano, perdido no processo. Como pano de fundo, a
valorização da
cultura, expressa no filme através da
tecnologia e, principalmente, da
arquitectura. O ponto alto do filme e grande mote é, sem dúvida, o final - onde a metáfora
"O mediador entre a cabeça e as mãos deve ser o coração!"
se concretiza no simbólico aperto de mão mediado por Freder entre Grot
(líder dos trabalhadores) e Jon Fredersen - o empresário.