por Mike Angelo Liveira, quarta, 12 de janeiro de 2011 às 05:21
Em 2002, uma enquete da BBC descrevia Crowley como sendo o septuagésimo terceiro maior britânico de todos os tempos, por influenciar e ser referenciado por numerosos escritores, músicos e cineastas, incluindo Jimmy Page, Alan Moore, Ozzy Osbourne, Raul Seixas, Marilyn Manson, e Kenneth Anger. Ele também foi citado como influência principal de muitos grupos esotéricos e de individuais na posterioridade, incluindo figuras como Kenneth Grant, Gerald Gardner e Amado Crowley.
Fernando Pessoa conhece Aleister Crowley
Love is the law, love under will."
- Aleister Crowley (1875-1947)
Crowley era um ocultista famoso. Pessoa, lendo numa publicação inglesa o seu horóscopo com alguns erros, escreveu-lhe a corrigir, já que era um profundo conhecedor e praticante de astrologia.
Efectivamente Crowley ficou admirado com os conhecimentos de Pessoa, e sempre pronto a viajar resolveu vir até Portugal, para conhecer o poeta. O encontro não foi assim tão idílico como seria de prever, já que Pessoa deve ter-se apercebido rapidamente dos desequilíbrios psíquicos e espirituais graves que Crowley tinha e ensinava. De qualquer forma prestou-se a colaborar na encenação do suicídio de Crowley na Boca do Inferno, o que permitia a este escapar incógnito não só das suas amantes como até do conhecimento do público. De facto ele tinha sido um agente duplo dos ingleses e dos alemães, e era uma figura cujo paradeiro e actividades, por vezes as mais perigosas, interessava saber-se a quem .
Crowley vinha acompanhado de uma maga alemã, Miss Jaeger, também ela uma figura controversa da cena mágica, tendo escrito cartas a Fernando, assinando com um pseudônimo ocultista.
Aleister Crowley foi um mago da linha cinzenta ou negra, em que o egoísmo predomina sobre o altruísmo e os fins justificam os meios. É sabido como ele utilizou a droga, o sexo e a violência nos seus rituais e na sua vida. Forçosamente que certas pessoas são atraídas por um lado ou outro destes aspectos. Porém, Pessoa nesta idade, já extremamente lúcido e conhecedor dos perigos do ocultismo, não quis naturalmente ligar-se nem com o mago nem com a maga, e seguiu sozinho uma via cada vez mais mística num sentido de adesão aos princípios puros dos Rosa-Cruzes e dos Templários. Era, como ele dizia, um cristão gnóstico e iniciado na Ordem Templária de Portugal.
Crowley viveu algum tempo na Alemanha e morreu em Hastings, Inglaterra.
(Adaptado do livro "Fernando Pessoa na Intimidade", de Isabel Murteira França. Publicações Dom Quixote, Lisboa 1987.)
Morte
Seus últimos anos, a partir de 1945, são vividos em Hastings, onde uma série de novos discípulos continuam recebendo instruções. E assim Kenneth Grant, John Symonds, Grady McMurty, conhecem a Besta. Desta época, vem sua última obra, consistindo numa coletânea de cartas dirigidas a uma jovem discípula, que foram publicadas bem mais tarde, após a sua morte, como Magick Without Tears.
No primeiro dia de dezembro de 1947, aos 72 anos, Aleister Crowley, serenamente segundo alguns, exultante segundo outros, e ainda perplexo, segundo terceiros, falece, vítima de bronquite crônica e complicações cardíacas.
Quatro dias depois, no crematório de Brighton, assistido por um reduzido número de admiradores e discípulos, é realizada a cerimônia que ficou conhecida como "O Último Ritual", com a leitura de trechos da Missa Gnóstica, e de seu famoso Hino, a Pã.
Socialmente, Crowley tornou conhecido devido as referências feitas a ele no rock n' roll dos anos de 1960 e 1970, pelas bandas Led Zeppelin, Rolling Stones, Iron Maiden, The Beatles e Black Sabbath, e pelos cantores Ozzy Osbourne e David Bowie. Essas referências tanto faziam homenagem a ele, quanto criticavam-no.
Os primeiros a citar Crowley em sua obra foram os Beatles. Por serem britânicos, os quatro membros da banda acreditaram que Crowley era uma personalidade influente o bastante para ser colocado na capa do disco Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band. Isso possibilitou que os próximos artistas tivessem conhecimento da obra de Crowley, que fazia uma boa combinação com a rebeldia e o anarquismo promovidos pelo rock n' roll.
O cantor e compositor brasileiro Raul Seixas foi um grande divulgador e seguidor da obra de Aleister Crowley. Suas principais canções sobre Crowley e a Thelema são "Sociedade Alternativa", "Novo Aeon" e "Loteria de Babilônia". Sobre ele Ozzy Ozbourn canta:
Mr. Crowley Ozzy Osbourne
Mr. Crowley, what went on in your head
Mr. Crowley, did you talk to the dead
Your life style to me seemed so tragic
With the thrill of it all
You fooled all the people with magic
You waited on Satan's call
Mr. Charming, did you think you were pure
Mr. Alarming, in nocturnal rapport
Uncovering things that were sacred manifest on this Earth
Conceived in the eye of a secret
And they scattered the afterbirth
Mr. Crowley, won't you ride my white horse
Mr. Crowley, it's symbolic of course
Approaching a time that is classic
I hear maidens call
Approaching a time that is drastic
Standing with their backs to the wall
Was it polemically sent
l wanna know what you meant
I wanna know
I wanna know what you meant
http://www.youtube.com/watch?v=XSnj8X1zAZI