As nossas vidas são nossas mesmo?
Há quem creia em destino, na Grécia
Antiga acreditava-se que o destino pertencia a Cloto, Láquesis e
Átropos, as moiras, as três irmãs responsáveis por determinar o destino de
todos , especialmente a duração da
vida de uma pessoa e seu quinhão de
atribulações e sofrimentos. Cloto, em grego
"fiar", segura o fuso e puxa o fio da
vida. Láquesis ("sortear") enrola o
fio e sorteia o nome dos que vão morrer e
Átropos ("não voltar", ser
inflexível) corta o fio.
Moira (do grego Μοῖραι – "partes" ou "repartidoras"),
As várias versões
apresentam as Moiras como filhas do Caos, de
Érebo, ou ainda de Têmis e Zeus.
Na mitologia
grega, Moira, no singular, é inicialmente o
destino.
Na Ilíada, representa uma lei que
paira soberana sobre deuses e homens, pois nem
mesmo Zeus está autorizado a transgredi-la sem
interferir na harmonia cósmica. Na Odisséia
aparecem as fiandeiras.
O mito grego predominou entre os romanos a tal
ponto que os nomes individuais latinos das
entidades caíram em desuso. Entre estes eram
conhecidas por Parcas chamadas Nona, Décima e
Morta, que tinham respectivamente as funções
de presidir ao nascimento, ao casamento e à
morte.
Os poetas da antiguidade descreviam as Moiras
como velhas de aspecto sinistro, de grandes
dentes e longas unhas. Nas artes plásticas, ao
contrário, aparecem representadas quase sempre
como lindas donzelas.
As
três deusas que decidiam o destino individual
dos antigos gregos.
Moira
significa "reguladora". As três Moiras
eram Cloto
(a fiadora), Láquesis (a que joga a sorte) e
Átropos (a ineludível).
Filhas de Nix (a noite), as Moiras eram
representadas como três
anciãs que teciam em forma de fio o destino dos
homens.
Cloto o estirava, Láquesis o media e Átropos o
cortava.
Eis o
que diz Karl Kerényi, em seu livro OS DEUSES
GREGOS,
editora Cultrix, 1997, sobre as Moiras:
editora Cultrix, 1997, sobre as Moiras:
AS
DEUSAS DO DESTINO (MOIRAS)
"Já
tive ocasião de dizer que o próprio Zeus
sentia um sagrado e
respeitoso temor da deusa Noite. Segundo as
narrativas dos discípulos
de Orfeu, que deixarei para mais tarde, a
própria Nyx era uma deusa
tríplice. Entre os filhos da Noite figuravam as
deusas do Destino,
as Moiras. Essa tradição a respeito delas
está no nosso Hesíodo,
conquanto ele também afirme que as três deusas
eram filhas de Zeus
e da deusa Têmis. No dizer dos menos antigos
devotos de Orfeu, elas
viviam no Céu, numa caverna ao pé do lago cuja
água branca jorra da
mesma caverna: clara imagem do luar. O nome
delas, a palavra moira,
significa "parte"; e o seu número,
explicam os orfistas, corresponde
ao das três "partes"da lua; e é por
isso que Orfeu canta "as Moiras
de vestes alvas".
Conhecíamos as Moiras, como as Fiandeiras,
Klothes, embora apenas a
mais velha delas se chame Cloto. A segunda se
chama Láquesis, "a
Distribuidora"; a terceira, Átropos,
"a Inevitável". Homero, na
maioria das vezes, só fala numa Moira, uma
única deusa fiandeira,
que é "forte", difícil de suportar e
"destruidora". As Moiras fiam
os dias de nossas vidas, um dos quais se torna,
inevitavelmente,
o dia da morte. O comprimento do fio que elas
atribuem a cada mortal
é decidido exclusivamente por elas: nem mesmo
Zeus pode influir-lhes
na decisão. O máximo que pode fazer é pegar
as suas balanças de ouro,
de preferência ao meio-dia, e verificar - no
caso, por exemplo, de
dois adversários que se defrontam - qual deles
está destinado a morrer
naquele dia. O poder das Moiras vem
provavelmente de um tempo anterior
ao império de Zeus. E elas nem sempre formam
uma Trindade: na famosa
e antiga pintura de vaso que retrata o casamento
da deusa Tétis com
o mortal Peleu, vêem-se quatro Moiras. Em
Delfos, por outro lado,
somente duas eram adoradas: a Moira do
nascimento e a Moira da morte.
Eram duas quando participaram da batalha contra
os Gigantes - na qual
brandiam mãos de almofariz feitas de bronze. Os
deuses jovens
tinham-lhes pouco respeito. Apolo - conta-nos um
antigo dramaturgo -
embriagou as três deusas grisalhas a fim de
salvar seu amigo Admeto
do dia aprazado para a sua morte. Dizia-se que
elas presenciaram
o nascimento do herói Meleagro em casa do rei
Eneu. Cloto profetizou
que a criança seria de natureza nobre;
Láquesis profetizou-lhe a
condição de herói; mas Átropos profetizou
que ele viveria apenas
enquanto durasse o tronco de árvore que naquele
momento se achava
no fogo. Ouvindo isso, a mãe, Atléia, salvou o
tronco das chamas.
Dizia-se também que, das três Klothes,
Átropos era a de menor estatura,
porém a mais velha e a mais poderosa.
Não creio em destino, nem que tudo esteja pré-determinado, uma escolha
hoje muda o rumo de amanhã, se você crê é direito seu, mas crer no
destino e ser vítima da vida e na vida, dos acontecidos dela, ser
paciente, passivo, isso não, "não acomodar com o que incomoda.
Não espere que Láquesis decida na sorte o que você ganha, nem por acaso o que se perde, pois nunca se sabe quando Átropos corta o fio...
Não espere que Láquesis decida na sorte o que você ganha, nem por acaso o que se perde, pois nunca se sabe quando Átropos corta o fio...