Esta cantata, muito conhecida pelo público devido á sua grande utilização em filmes ou em comerciais televisivos, tem uma
história bastante curiosa. Carmina, na realidade é o plural de Carmem, que em
latim significa canções. Burana vem por conta do local onde as
letras desta obra-prima foram encontradas, um velho mosteiro chamado
Benediktbeuren na Alemanha. Tais poemas datavam do século XIII, ou seja, o
alemão entre outras várias línguas ainda não se tinham solidificado, sendo assim,
os poemas estavam escrito numa mistura de alemão
arcaico, francês, grego e latim.
Na época em que foram escritos, a influência da
música religiosa – principalmente o canto gregoriano – no Ocidente era
muito forte. O que caracteriza estes poemas utilizados por Carl Orff
nesta obra, é a fuga dos temas religiosos, são temas do cotidiano onde a
parábola presente é a da roda da fortuna, onde o azar e a sorte acompanham o ser humano em todos os momentos da sua breve existencia neste Mundo.
O coro forte e a marcação pulsante da percussão são
características únicas desta obra, que foi “feita” em 1937 por Carl
Orff (1895-1982) e ainda teve mais duas cantatas inspiradas nos poemas
considerados profanos: Catuli
Carmina (1943) e Trionfi Dell’Afrodite (1952), que não alcançaram o
mesmo sucesso que a primeira composição.
Carmina Burana é divida em “movimentos”, tendo
vinte e cinco no total. Alguns destes conjuntos tem ainda sub-títulos.
No vídeo a seguir podemos ver o movimento vinte e cinco, O Fortuna.
25. Ó Fortuna
e virtude
agora me é contrária.
dá
e tira
mantendo sempre escravizado.
nesta hora
sem demora
tange a corda vibrante;
porque a sorte
abate o forte,
chorai todos comigo
25. Ó Fortuna
Ó Fortuna
és como a Lua
mutável,
sempre aumentas
e diminuis;
a detestável vida
ora escurece
e ora clareia
por brincadeira a mente;
miséria,
poder,
ela os funde como gelo.
és como a Lua
mutável,
sempre aumentas
e diminuis;
a detestável vida
ora escurece
e ora clareia
por brincadeira a mente;
miséria,
poder,
ela os funde como gelo.
Sorte monstruosa
e vazia,
tu – roda volúvel –
és má,
vã é a felicidade
sempre dissolúvel,
nebulosa
e velada
também a mim contagias;
agora por brincadeira
o dorso nu
entrego à tua perversidade.
A sorte na saúdee vazia,
tu – roda volúvel –
és má,
vã é a felicidade
sempre dissolúvel,
nebulosa
e velada
também a mim contagias;
agora por brincadeira
o dorso nu
entrego à tua perversidade.
e virtude
agora me é contrária.
dá
e tira
mantendo sempre escravizado.
nesta hora
sem demora
tange a corda vibrante;
porque a sorte
abate o forte,
chorai todos comigo