Os circos sempre encantaram
crianças e adultos com seus palhaços, malabaristas, animais e várias
outras atrações, fazendo as pessoas sorrirem e esquecerem por um momento
dos problemas da vida. Infelizmente em algumas ocasiões os circos se
tornaram perigosos, causaram dor, tristeza e até mesmo mortes. Conheça
agora 10 horríveis acontecimentos envolvendo circos:
10. Morte no Cirque du Soleil
O Cirque du Soleil possui alguns dos
espetáculos mais fantásticos do mundo e um faturamento de milhões de
dólares ao ano, mas mesmo no maior e mais seguro circo do mundo os
acidentes podem acontecer. No dia 17 de outubro de 2009 o acrobata
Oleksandr Zhurov sofreu um grave acidente durante um treino na cidade de
Montreal. O ucraniano caiu enquanto fazia o “balanço russo”, um
movimento no qual o artista é catapultado a uma altura de pouco mais de 9
metros. Zhurov foi levado para o hospital, mas faleceu no dia seguinte
devido às lesões no crânio e cérebro. Esse foi o pior acidente já
ocorrido no Cirque du Soleil.
Oleksandr Zhurov
9. O triste fim de um palhaço
No dia 28 de agosto de 2006 o palhaço
Vitaly Kharapavitski e sua esposa Sasha estavam terminando uma
apresentação na Irlanda quando as coisas deram terrívelmente errado.
Vitaly havia entrado em uma jaula esférica de aço suspensa por um balão
que acidentalmente pegou fogo. O incêndio foi assistido por mais de 300
pessoas e algumas afirmaram que o palhaço empurrou sua esposa para baixo
antes de o fogo se espalhar, segundos depois a jaula caiu e esmagou o
crânio de Vitaly. Sasha apenas quebrou o braço, mas se o marido não a
tivesse empurrado ela provavelmente teria sido esmagada com ele.
Representação do acidente com o palhaço Vitaly | EM
8. Se beber, não trabalhe
Em um dia qualquer de junho de 1969 o
engolidor de espadas Francis P. Doran trabalhava para o Circo Clyde
Beatty Cole Bros. e estava completamente bêbado ao iniciar sua
apresentação. Um dos números que deveriam ser feitos era engolir um tubo
de neón, tarefa simples para Duran, mas na hora de agradecer à platéia
ele curvou demais o próprio corpo e o tubo explodiu. O artista acabou
internado e sobreviveu, mas o acidente danificou seus pulmões de forma
irreversível e assim dez anos depois ele faleceu aos 61 anos de idade
devido as complicações.
Francis P. Doran
7. Incêndio em um circo indiano
No dia 8 de Fevereiro de 1981 a cidade
de Bangalore, na Índia, sofreu com um dos piores desastres de sua
história. Um incêndio tomou conta da tenda principal do Circo Vênus
fazendo-o desabar em chamas sobre uma multidão de cerca de 4.000 pessoas
que corriam apavoradas procurando pelas saídas. Não foram encontradas
causas para a tragédia, mas acredita-se que um curto circuito nos cabos
de iluminação da tenda pode ter causado o desastre. Por mais
inacreditável que pareça, poucas pessoas perderam a vida por culpa do
fogo, a maior parte das 66 vítimas fatais era de crianças que morreram
pisoteadas enquanto fugiam.
6. O ataque da elefanta Tyke
Durante boa parte do século XX o circo
era um dos principais divertimentos nos Estados Unidos, mas poucos
visitavam as ilhas do Havaí devido aos altos custos da viagem. Ainda
assim a capital Honolulu teve o seu circo com direito aos palhaços,
malabaristas, acrobatas aéreos e até mesmo uma elefanta chamada Tyke. No
dia 20 de agosto de 1994 centenas de espectadores assistiram Tyke matar
o treinador Allen Campbell e ferir uma de suas assistentes. A elefanta
então fugiu da arena e correu pelas ruas por meia hora, ferindo outro
homem antes de finalmente ser abatida pelos policiais. Foram necessários
86 tiros para derrubar o animal. No YouTube é possível assistir ao vídeo do ataque da elefanta Tyke (é necessário estar logado com sua conta do Google/YouTube).
5. O misterioso incêndio no Ringling Brothers e Barnum & Bailey Circus
Quase sete mil pessoas estavam no
Ringling Brothers e Barnum & Bailey Circus no dia 6 de julho de
1944, na cidade de Hartford em Connecticut, quando um pequeno incêndio
teve início. Rapidamente os espectadores foram alertados, mas o pânico
tomou conta da multidão. A tenda do circo era impermeabilizada com
aproximadamente 800 quilos de parafina dissolvidos em mais de 20 mil
litros de gasolina, quando as chamas se espelharam a parafina fervente
“choveu” sobre o público e a tenda desmoronou.
O número de vítimas não é exato, mas
aproximadamente 168 pessoas morreram e mais de 700 ficaram feridas. A
origem do fogo nunca foi esclarecida e alguns sugeriram que um cigarro
poderia ter iniciado a tragédia. Vários anos mais tarde um homem chamado
Robert Dale Segee disse ser culpado, mas nunca foi julgado e assim
retirou a confissão, fazendo com que o incêndio voltasse e ser um
mistério.
4. Atacado e devorado pelos leões
José Miguel dos Santos Fonseca Júnior
era um garoto de apenas 6 anos no dia 9 de abril de 2000, quando
assistia junto com seu pai e sua irmã aos espetáculos do Circo Vostok
instalado no estacionamento do Shopping dos Guararapes, em Recife. Foi
anunciado um intervalo de 20 minutos nas apresentações, José e sua
família aproveitaram esse tempo tirar fotos com os animais, mas quando
estavam retornando aos seus lugares um dos leões colocou a pata para
fora da jaula e puxou o menino através das grades quebrando vários ossos
do corpo. Ele foi arrastado até o picadeiro e em frente ao público José
foi dilacerado e outros leões começaram a devorá-lo, um deles levou o
garoto até a caçamba onde os animais ficam guardados e mais leões o
atacaram. Ele teve o pescoço quebrado, um braço arrancado do corpo e as
vísceras ficaram expostas.
A Polícia Militar matou quatro dos
animais, o único sobrevivente foi um filhote com 7 meses de idade que
vive hoje no jardim zoológico de Recife. A necropsia dos felinos revelou
que eles não eram alimentados a 3 dias e investigações mostraram que as
jaulas eram ridiculamente frágeis.
3. O desastre com o Circo Wallace Hagenbeck
O Circo Wallace Hagenbeck viajou por
vários lugares da América no início do século XX e no seu auge era
considerado o segundo maior circo do continente americano. Por causa da
grande quantidade de artistas, animais e equipamentos o circo utilizava
um trem como principal meio de transporte. Na madrugada de 22 de junho
de 1918 o circo fazia mais uma viagem quando foi atingido por outro
trem. Alonzo Sargent era o maquinista da segunda locomotiva e havia
dormido nos controles fazendo com que os dois comboios se chocassem a
quase 60 quilômetros por hora. 127 pessoas ficaram feridas e 86
morreram, mas o circo se recuperou e continuou funcionando até 1938.
2. O dia em que enforcaram um elefante
Mary era uma fêmea de elefante que
pesava 5 toneladas e pertencia ao Sparks Brothers Circus. No dia 11 de
setembro de 1916 Red Eldridge, funcionário de um hotel, foi contratado
como assistente do treinador de elefantes do circo. No dia seguinte Mary
atacou e matou Eldridge, os detalhes e o motivo do ataque nunca foram
esclarecidos. Charlie Sparks e seu circo foram proibidos de entrar em
outras cidades, então ele decidiu enforcar o animal, transformando a
morte de Mary em um espetáculo público.
No dia 13 de setembro ela foi
transportada até a cidade de Erwin no Tennessee, onde mais de 2500
pessoas se reuniram para assistir a execução. Um guindaste industrial
montado na Estrada de Ferro Clinchfield foi utilizado para realizar o
enforcamento, mas na primeira tentativa a corrente arrebentou, a
elefanta caiu e quebrou o quadril. Na segunda tentativa foram
necessários 30 minutos antes de o pobre animal ser declarado morto e
então enterrado em local próximo dos trilhos. A autenticidade da foto
seguinte não foi confirmada, pois só foi revelada na década de 1930 pelo
jornal Kingsport Times.
1. O incêndio no Gran Circus Norte-Americano
O Gran Circus Norte-Americano estreou em
Niterói no dia 15 de dezembro de 1961. Os anúncios afirmavam que era o
maior circo da América Latina, com cerca de 60 artistas e 150 animais.
Para a montagem da tenda foram contratados 50 trabalhadores, entre eles
estava Adílson Marcelino Alves que tinha antecedentes por roubo e
apresentava problemas mentais. Dois dias depois Adílson acabou demitido e
mais tarde foi agredido pelo tratador de elefantes ao tentar entrar
escondido no circo, ele chegou a reagir e jurou vingança.
Na tarde de 17 de dezembro de 1961
Adílson e dois comparsas, José dos Santos e Walter Rosa dos Santos,
decidiram colocar fogo na tenda. O espetáculo estava quase acabando
quando um trapezista percebeu o incêndio e alertou as 3000 pessoas na
platéia, mas em menos de 10 minutos o lugar foi completamente devorado
pelo fogo. 372 pessoas morreram na hora quando a lona de 6 toneladas
desabou. Nos dias que se seguiram vários feridos faleceram nos hospitais
da região elevando para 500 o número de vítimas fatais, 70% delas eram
crianças. Foi um dos piores incêndios do Brasil e a pior tragédia na
história dos circos.
Adílson foi condenado a 16 anos de
prisão e a mais 6 anos de internação em um manicômio judiciário, mas foi
misteriosamente assassinado em 1973. José foi condenado a 14 anos de
prisão e mais dois anos em colônia agrícola, Walter recebeu 16 anos de
condenação e mais um ano também em uma colônia agrícola.
Os 10 itens listados aqui mostram que em
certos momentos os circos causaram muita dor, mas a função deles é
fazer sorrir e muitos deles tem feito isso incrivelmente bem. O número
de momentos alegres supera em milhares de vezes o número de momentos
tristes na história das artes circenses e cada ferida serviu para tornar
os circos cada vez mais seguros, cada vez melhores em todos os sentidos
e assim eles continuam levando sorrisos aos rostos de crianças e
adultos do mundo inteiro.