Em prol
das ambições bairristas e de rivalidades quase doentias, durante mais
alguns anos Chelas, Marvilense e Fósforos digladiaram-se em autênticas
batalhas campais" em busca da glória efémera. Lisboa vivia calmamente a
sua depressão, enquanto a guerra proliferava pelo mundo inteiro.É então que, numa tarde de Abril do ano de 1946, no salão de bilhares do Café Gelo, Artur Inês, prestigiado escriba do jornal "República",é interpelado por José Marques de Oliveira, antigo vice presidente do Chelas lhe disse :
Se você quisesse podia fazer-se um grande clube desportivo em Lisboa ... Algo incrédulo com tais palavras, Artur Inês retorquiu:
Garante-me que há ambiente para uma fusão entre os clubes ?
Sem dúvida. Os elementos dos três clubes desejam-na. - respondeu José Marques de Oliveira.
Após ter então sido apresentado a alguns ilustres dirigentes dos três clubes, tais como Rui de Seixas entre outros, publica um artigo de opinião que não assina em Maio de 1946,mas que tem o condão de agitar toda a gente de Marvila, Beato ,Xabregas e Poço Bispo.
A 13 de Julho de 1946, Artur Inês, visivelmente emocionado pelo desenrolar dos acontecimentos escreve nas páginas do seu "República":
«Podemos garantir que a quase totalidade da massa associativa dos três simpáticos e valorosos clubes, Chelas, Marvilense e Fósforos está entusiasmada com a ideia da fusão. Do mesmo modo os dirigentes de maior prestígio das colectividades em causa, exceptuando o Sr. João Rosa, presidente do Chelas, também dão o seu aval à ideia que terá de ser convenientemente estudada, bem entendido.
Um grande clube desportivo da zona oriental da cidade, capaz de impor-se no meio desportivo do País, com os seus 5.000 sócios -- mínimo calculado -- e de enfrentar todos os consagrados é hoje uma ideia que domina toda a laboriosa população da zona. Que assim é, prova-o o grande entusiasmo que já lavra entre os sócios do Chelas Futebol Clube, Marvilense Futebol Clube e Grupo Desportivo " Os Fósforos".
8 de Agosto de 1946...
Nasce o CLUBE ORIENTAL DE LISBOA
