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Escola Industrial Afonso Domingues

21 de Dezembro de 2011


Escola Industrial Afonso Domingues

Foi no dia 24 de Novembro de 1884, numa casa alugada a João Cristiano Keil, na Calçada do Grilo, n.º 3-1º, que abriu, com 53 alunos, a “Escola de Desenho Industrial Afonso Domingues”. O nome de Afonso Domingues foi dado em memória deste importante arquitecto quatrocentista do Convento da Batalha. Os cursos diurnos, de Desenho Elementar, eram frequentados por 16 alunos, sendo 9 do sexo feminino; nos cursos nocturnos, de Desenho Industrial, com uma frequência de 37 alunos, apenas um era do sexo fe­minino.
A partir de 7 de Janeiro de 1887, a Escola foi transferida para o rés do chão do palacete de D. Gonçalo Pereira da Silva de Sousa e Meneses, 3º Conde de Bertiandos, na Calçada da Cruz da Pe­dra, n.º 10.


    No rés do chão do palacete de D. Gonçalo Pereira da Silva de Sousa e Meneses, na Calçada da Cruz da Pedra  
                               



A partir de 1892, começaram as obras para adaptação de alguns edifícios anexos ao Asilo Dona Maria Pia, nas traseiras do Convento da Madre de Deus. A inauguração, agora em edifício do Estado, ocorreu em 24 de Dezembro de 1897, passando a dispor de boas instalações.
Em 1900, a "Escola Afonso Domingues" encontrava-se perfeitamente estabelecida, com relevo para o curso de desenho elementar, de arquitectura e de máquinas. Contava com oficinas de pintura, de fundição, carpintaria e serralharia, pelo que se transformou num importante centro de estudos dos filhos dos mestres operários da região de Xabregas.

 

Como director desta escola, já frequentada por 800 alunos, foi nomeado provisoriamente o professor e es­cultor João Vaz, cargo que exerceu até Setembro de 1926. Em 1931, sucedeu-lhe na direcção o enge­nheiro mecânico João Furtado Henriques a quem o Ensino Técnico e esta Escola muito ficaram a dever, a ponto de, entre os professores do Ensino Técnico de todo o País, a Escola Afonso Domingues ser conhe­cida pela «Universidade de Xabregas»...
Em 1960, a "Escola Industrial Afonso Domingues, encontrava-se instalada na Quinta das Veigas, em Marvila. Era seu director Avelino Marques Poole da Costa. O pessoal docente tinha aumentado e aos cursos existentes foram acrescentados os de Electricidade e de Condução de Máquinas.

                                              Já em edifício próprio na Quinta das Veigas, em Marvila
 

No curso de Pintura Decorativas, o objectivo era não só «a aplicação do desenho a decoração pela pintura», mas ainda «dar aos alunos conhecimento prá­tico dos estilos mais característicos nestes ramos das artes decorativas, promovendo o desenvolvimento desta indústria», assim como «iniciar o Ensino Profissional de alguns aprendizes». As Oficinas de Pintura Decorativa eram frequentadas por duas classes de alunos: ordinários ou artistas e voluntários ou aprendizes. A admissão dos alunos Artistas dependia de habilitação no curso completo de Desenho Elementar e no curso de Desenho Industrial, de Ornato ou de Figura, e de mostrar o domínio prático dos trabalhos da arte de pintura. As habilitações poderiam no entanto, ser substituídas por provas práticas realizadas na Escola.

 

Nas oficinas de Trabalhos em Madeira (I Secção) a construção de modelos iniciava-se pelos sólidos geométricos e entalhes usa­dos «ou que seja útil introduzir na prática»; os exercícios com­preendiam os trabalhos de serrar, aplainar, esquadrejar e sutar; modelar, tornear e polir; execução de molduras, ferragens, espigarnentos, en­talhes e ajustamentos; construção de modelos e moldes; obras de talha e torno, etc. 

 

Nas oficinas de Trabalhos em Metal (II Secção), começava-se pela execução de sólidos geométricos e objectos forjados de uso comum. Os exercícios compreendiam trabalhos de lima e torno; cortar e furar chapa; brunir e envernizar; fazer parafusos; trabalhos de forja; construção de ferramentas, objectos de uso comum e mecanismos.

 
fotos in: Arquivo Municipal de Lisboa, Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian

A seguir a 25 de Abril de 1974 Foi instituída uma via unifi­cada para o ensino, compreendendo o 7.º, 8.º e 9.º anos, terminando com a ramificação Ensino Liceal/Ensino Técnico, que marcara o futuro de tantas gerações. Consequentemente uma portaria de 22 de Novembro de 1979 transforma a designação da “Escola Industrial Afonso Domin­gues” em “Escola Secundária Afonso Domingues”.
                                                   
                      

No decorrer dos tempos a Escola sempre primou por lecionar cursos com cariz técnico, tendo formado diversos alunos nas áreas da mecânica, desenho industrial, eletrónica, electricidade e mais recentemente informática, tendo tido nas suas últimas instalações diversas oficinas e laboratórios especializados.
Em 1984, ano em que se comemoraram os cem anos, a “Escola Afonso Domin­gues”  pode na verdade dizer, que sempre se caracterizou por realizar, no panorama do Ensino em Portugal, uma tripla função: preparar traba­lhadores qualificados que, ao longo de tantos anos se tem afirmado, dar preparação para o acesso a graus superiores de Ensino, desde Engenhei­ros Técnicos Superiores até Engenheiros Universitários; procurar ser um instrumento de valorização humana e não meramente tecnocrática, aspecto que foi sempre considerado não menos determinante e decisivo que os outros.
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